Na minha rua, e em várias adjacentes, mas principalmente na minha, existe um grave problema de estacionamento potenciado pela existência de uma farmácia e de uma escola.

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Depois de alguns anos de reclamações, a Câmara decidiu fazer um parque de estacionamento num espaço que até agora não era mais que um descampado, sujo, lamacento e sem outra utilização além de “local onde se põem os cães a cagar”.

Antes de se fazer o parque foi a população convocada, com flyers nas caixas do correio e posters nos establecimentos da zona, para participar numa reunião de apresentação e discussão do projecto, para que todos pudessem dar a sua opinião sobre o mesmo.

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Tenho vergonha (alheia) de ter sido o único habitante da minha rua presente na referida reunião. Além de mim, apenas estiveram presentes vários reformados da zona que sobre a futura obra do parque de estacionamento pouco discutiram, exceptuando algumas preocupações com drenagem de águas e pontos de acesso ao parque. A discussão foi então centrada em problemas tão variados como as bolas que os miúdos chutam para dentro dos quintais, os donos dos cães que vão ao jardim aqui perto e não apanham os cócós dos cães, pedidos para que se construa o hospital do Seixal (como se os autacarcas e engenheiro presentes tivessem alguma coisa a ver com isso), pedidos para que se criem passadeiras e outros fait-divers do género, que tendo (alguma) importância (ou não), nada tinham a ver com o objectivo específico desta assembleia.

A muito custo um vereador da Câmara Municipal do Seixal, um engenheiro da mesma e o Presidente da União de Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires lá conseguiram apresentar a coisa.

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Entretanto as obras começaram há 2 dias e vão de vento em pôpa.

Obras do novo parque de estacionamento em Pinhal de Frades

Adivinham o que tem acontecido?

Os trabalhadores estão a ser abordados por habitantes que, incrédulos com os trabalhos em curso, perguntam o que se vai fazer e imediatamente não concordam com a obra. Porque é que não concordam? Porque se devia fazer antes um jardim (apesar de existir um a 75mt) ou parque infantil (um a 375mt e outro a 650mt), porque a entrada devia ser aqui e não acolá, porque hoje de manhã começaram a ouvir barulho logo às 8 da manhã, porque não querem ficar com vista para um parque de estacionamento (porque a merda que lá está actualmente é muito melhor…), porque agora já não têm um descampado onde meter os cães a cagar e vão mesmo ter de começar a apanhar a merda do chão, porque ficam sem sítio para ir com o fogareiro assar sardinhas (no meio da merda…), porque sim, porque não!

Ora vamos lá ver uma coisa: eu não discuto as opiniões de cada um. Ou melhor, até discuto, porque cada um tem o direito de a ter, como eu de concordar ou discordar delas, e a fazer ouvir junto das instâncias responsáveis. O problema é que as instâncias responsáveis quiseram ouvir as opiniões de todos, só que esses “todos” não apareceram. Ficaram no quentinho. A fazer festinhas aos cães. Que já tinham ido cagar ao descampado.

Devem ser os mesmos que não foram votar e agora passam a vida a dizer que o Passos Coelho é um patife (mesmo que tenham razão…). Fica o recado:

É a democracia, estúpido!

Disclaimer: Antes que me acusem que este texto é político, defendendo a câmara ou a junta, fique claro que nas últimas autárquicas o meu voto não foi no partido que está no executivo.

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