No âmbito de uma especialidade em que sou seguido no Hospital Garcia de Orta, em Almada, tinha análises marcadas para 24 de Maio, dia em que houve greve dos enfermeiros, sendo que nunca fui contactado para remarcar estas mesmas análises, apesar da consulta em que as tinha de apresentar se realizar a 4 de Junho. Até aqui tudo (mais ou menos) bem.

Fiz a consulta sem ter o resultado das análises e a minha médica, pessoa que vive em 2018, disse para eu depois a avisar via email assim que tivesse as análises feitas que ela as consultaria em sistema.

Tratei então eu de remarcar para 27 de Junho, mas por atraso na chegada de um avião, no dia anterior à noite, chegado de uma viagem que tinha realizado, não consegui comparecer às 8 da manhã no hospital.

Hoje vim ao hospital com a minha mulher, para outros afazeres, e lembrei-me de tirar senha para resolver de vez esta situação.

Fui atendido por uma funcionária que me diz imediatamente e sem demoras: Sem papel nada feito!

Qual papel?

O papel que deveria ser completamente desnecessário quando pensamos que estamos em 2018 e que as análises foram pedidas e marcadas nesta mesma instituição.

O papel que eu já apresentei quando saí da consulta e tive de me dirigir ao piso 1 para marcar as análises pedidas uns pisos acima, uns minutos antes.

O papel que eu já apresentei quando tive de ser eu a deslocar-me ao hospital para fazer a remarcação que deveria ter sido feita pelos serviços, porque não, ninguém atende a porra do número de telefone que está escrito “no papel”.

O papel que não tem mais informação do que aquela que a funcionária está a ver no sistema no momento em que me está a atender.

O papel que legitima regras obsoletas, processos burocráticos completamente desnecessários e a falta de vontade de uma funcionária resolver o problema ao utente.

Ahhh, esse papel!

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