Exmo. Sr. Presidente da União das Freguesias de Sintra, Fernando Pereira,
Exmo. Sr. Presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta,
O meu nome é Marco Almeida e não sou munícipe do Sintra. Sou de uma freguesia e concelho muito mais humildes, o Seixal. Quase um provinciano, se quiserem.
Decidi passar este fim de semana em família num estabelecimento hoteleiro da vossa freguesia/concelho, situado na Quinta da Beloura, onde me senti imediatamente mal vindo ainda antes de chegar ao hotel. Assim que entrei na Quinta da Beloura deparei-me com o placard que podem encontrar anexado a este email.
Se eu me fizesse de desentendido poderia seguir o seguinte raciocínio: O que me trouxe cá foi passar um fim de semana de descanso com a família, portanto não devo para cá trazer descanso. Se calhar devia entrar por esta coutada a dentro a apitar o carro e a fazer piões, para ter a certeza que não trazia para cá aquilo que cá me trouxe. Estão a seguir o raciocínio? Não? É normal, porque não faz sentido.
Mas se há coisa que eu não sou é ingénuo. E os senhores também não são, ou não ocupariam o lugar que ocupam. Todos sabemos qual é a finalidade deste placard (por muito que me vão tentar convencer que estou errado): a Quinta da Beloura não quer cá a ralé, o povo, os provincianos. A Quinta da Beloura é para uma elite e é assim que a Associação de Moradores a quer manter sendo este placard a forma que o clube dos senhores de bem encontrou para transmitir os seus valores aos forasteiros.
O texto do placard é prepotente, snob, elitista, ofensivo e de todas as formas asqueroso, mas faz passar bem a mensagem: “não são bem vindos aqueles que não são dos nossos”. Mensagem recebida: ficarei por cá até Domingo (que a reserva já está paga e, como disse, venho de um lugar humilde), mas não voltarei onde não sou bem vindo.
Os Exmos. Srs. Presidentes pactuam com este discurso da Associação de Moradores?
Melhores
Marco Almeida